segunda-feira, 31 de março de 2014

OS PERIGOS DE TREINAR EM JEJUM


Tenho ouvido muita gente falando sobre “fazer dieta”. E a maioria destas pessoas entende a palavra “dieta” como o ato de não comer, de forma radical mesmo, passar fome. Outras preferem adotar as dietas de capa de revistas, com aquela manchete em letras garrafais na capa dizendo: “Ela perdeu 14 quilos em 5 dias com a dieta da casca de ovo!”. Lamentável! E de uns tempos para cá, algumas pessoas vem ressuscitando uma antiga prática: o treino em jejum. Não sou nutricionista para abordar o tema alimentação, mas minha formação em Educação Física me permite falar sobre os efeitos fisiológicos de tal prática.

A tentativa de obter melhores resultados com a prática de exercícios físicos para perder peso e diminuir a gordura corporal leva as pessoas a adotarem alguns hábitos que acabam se popularizando sem que existam comprovações científicas.
O treinamento em jejum tem sido difundido, apesar de não estar baseado em nenhum trabalho científico que comprove sua teoria. A hipótese na qual o princípio está baseado é a de que após certo período de jejum, o organismo teria menor disponibilidade de carboidratos, e quando solicitado a produzir maior quantidade de energia durante um exercício, utilizaria para tanto uma maior quantidade de gordura como combustível.

Esta é uma teoria muito simplista e, na verdade, esbarra em alguns conceitos que a bioquímica do exercício estabelece. Em primeiro lugar, se de fato estiver faltando carboidratos para a demanda do exercício, a prática da atividade estará prejudicada, pois o carboidrato é essencial para a produção de energia.

A conseqüência inevitável é que o desempenho estará prejudicado e, portanto, o gasto calórico da atividade pode ser comprometido. Em outras palavras, o rendimento pode ser menor e conseqüentemente o propósito de perda de peso estará minimizado. Outro problema seria a utilização de proteínas para a produção de energia, suprindo a eventual carência de carboidrato. Nesta situação, o organismo estaria consumindo massa magra, o que certamente não é o objetivo de quem pretende perder peso. Além disso, existe um outro grande problema. A eventual falta de carboidrato, fruto de uma condição de jejum de várias horas, ameaça um índice que o organismo não pode comprometer que é a glicemia. Ou seja, o nível de glicose no sangue. A prática de exercício nestas condições pode provocar mal estar, tontura, e até mesmo uma síncope, caracterizando um quadro de risco à saúde.

A existência de relatos pessoais de bons resultados deste hábito absolutamente não credencia sua adoção. Com certeza, quem adota esta prática e constata que obtém algum resultado está provavelmente se beneficiando do exercício e não do jejum. Aqueles que, ao contrário, tentaram a prática e tiveram problemas certamente não relatam o insucesso!

Não deixe de comer com a falsa ilusão de que assim irá emagrecer mais rápido. A sua dieta não pode ser uma prática de fome, mas sim um reeducação, coisas certas, em quantidades certas, nas horas certas. Procure um(a) nutricionista e abasteça seu corpo de energia. Vamos lá. MEXA-SE!

quarta-feira, 5 de março de 2014

EXERCÍCIOS FÍSICOS E A DIABETES

Silenciosa! Assim, sorrateiramente, podemos descrever a forma como a diabetes se manifesta no organismo. Pequenas alterações fisiológicas começam a se manifestar, e muitos de nós não nos damos conta:

- sede excessiva
- maior freqüência urinária
- aumento do apetite e perda de peso
- cansaço
- visão embaçada
- infecções freqüentes, principalmente na pele

Mas afinal, o que é a diabetes?

Considerado um problema de saúde pública e uma epidemia mundial, a diabetes é uma doença crônica e metabólica que afeta pessoas de todas as idades e sexos. A doença acontece quando há uma deficiência na utilização da glicose pelo organismo, levando a hiperglicemia devido a problemas na produção ou no uso do hormônio insulina. Suas complicações vem a longo prazo o podem  afetar órgãos como rins, coração, pulmões, retinas e até os nervos.  Números da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que hoje, no mundo, existam mais de 350 milhões de pessoas com diabetes, e esse número tende a crescer nos próximos 15 anos pelo fato de as pessoas estarem cada vez mais sedentárias e obesas. Opa! Eu falei sedentárias e obesas? É aqui que eu entro. A atividade física é um grande aliado na luta contra a diabetes. Tanto para sua prevenção como para seu tratamento.

Existem três tipos de diabetes: Tipo 1, Tipo 2 e a Gestacional, mas não vou ficar descrevendo as três aqui, pois isso renderia uma coluna inteira. O que posso dizer é que a do Tipo 1 não tem como ser prevenida, já que não se sabe ao certo o que a desencadeia. Já a do Tipo 2 é passível de prevenção por meio de simples mudança de estilo de vida. A Gestacional também pode ser prevenida. Basta à futura mamãe adotar hábitos saudáveis como dieta balanceada e a prática regular de exercícios durante o período de gestação.

Mas exatamente “o que?” a prática de exercícios influencia em toda essa história?

- melhora a utilização de açúcar (glicose) pelos músculos devido ao aumento de gasto de energia no momento do exercício;
- melhora a sensibilidade das células para a insulina;
- diminui a gordura corporal (massa gorda) que é tão ruim para quem tem diabetes (e para quem não tem também). Diminuindo a gordura corporal, a utilização de insulina pelas células torna-se mais eficaz;
- melhora a capacidade cardiorrespiratória;
- fatores como motivação, autoestima e vontade de novos desafios tornam-se mais presentes;
- diminui a ansiedade.

Os valores da glicemia devem ser constantemente mensurados ao longo da prática do exercício. O profissional de Educação Física tem que ter conhecimento para tratar essas pessoas. A hiperglicemia traz danos aos órgãos a longo prazo e o individuo não sente nada. E durante a atividade física, mesmo com o valor da glicemia dentro dos valores considerados normais, pode-se chegar à hipoglicemia dependendo da intensidade e duração do exercício, já que o organismo vai consumir mais glicose durante o esforço.
Com uma boa orientação de um profissional de Educação Física, você vai descobrir que atividades como alongamentos, atividades aeróbias e atividades de força, por exemplo, podem ser a chave de seu sucesso no tratamento e um ótimo investimento na sua saúde e forma física. Mas lembre-se sempre: o exercício físico deve ser prazeroso, e não uma obrigação. Escolha uma modalidade com a qual você se identifique.


Não opte pelo sedentarismo. Não dificulte as coisas para sua saúde. Pense sempre em como você quer estar daqui a 10, 20, 30 anos. A escolha é sua! Vamos lá...MEXA-SE!