A fibromialgia é uma
síndrome dolorosa crônica não inflamatória, caracterizada pela presença de dor
músculo-esquelética (músculos, tendões e ligamentos), ou seja, dor pelo corpo
todo e com múltiplos pontos dolorosos à palpação. Envolve inúmeras
manifestações clínicas como indisposição, fadiga, dor, distúrbios do sono,
depressão e ansiedade.
Pessoas com quadro de
fibromialgia provavelmente terão sua vida social abalada, o trabalho
prejudicado e qualidade de vida deficiente, devido às dores. Sintomas da doença
incluem alterações de humor e diminuição da atividade física, o que acaba
agravando o quadro de dor. A população mais atingida são mulheres de 30 a 50
anos, embora crianças e homens adultos possam, raramente, apresentar fibromialgia.
A maioria dos
pacientes com fibromialgia recebe orientação de seus médicos para se engajarem
em algum tipo de atividade física, como parte do tratamento. Provavelmente
muitos pacientes já tentaram variados tipos de atividade, mas vários são os
percalços nessa jornada. Alguns não conseguem exercitar-se, pois sentem que
suas dores pioram, outros já estão se exercitando e não “enxergam” os
benefícios da prática, outros acham que ir a uma academia ou outro local para
fazer atividades físicas é muito trabalhoso, enfim, acham algum tipo de
desculpa. Estes fatores levam a desânimo e abandono da atividade, o que é
prejudicial ao tratamento.
Mas vamos falar em
benefícios: melhora a disposição, o sono, ajuda a lidar com o estresse e, após
algum tempo, exerce efeito benéfico sobre a dor. Mas o que poderia ser dito ao
paciente para incentivá-lo a persistir na prática de atividade física?
- é preciso ter uma
visão realista das coisas. Fibromialgia não melhora se exercício. Muitos
pacientes não gostam de se exercita, e precisam ver o exercício como um
“remédio” que é necessário para o seu bem estar. Porem, ao contrário de um
remédio amargo, que vai ser sempre amargo, a sensação de bem estar do exercício
é progressivamente maior e muitos pacientes acabam gostando e mantendo-se
ativos por muito tempo.
- o exercício deve
ser iniciado de maneira lenta e gradual. Se o paciente está parado a muito
tempo, não adianta sair para correr na rua no dia seguinte à consulta médica. Deve-se
iniciar com cinco a dez minutos de caminhada, e gradativamente ir aumentando o
tempo.
- se a atividade
física faz o corpo doer muito, pode ser por falta de analgesia adequada. O
paciente deve conversar como medico sobre que analgésicos tomar antes do
exercício. Não se deve temer fazer isto, pois o analgésico não irá mascarar
nenhuma lesão que possa vir a acontecer no exercício. Mas, certamente, o
aproveitamento do exercício será melhor.
- aproveitar as
várias oportunidades para atividade física. Parar o carro mais longe ou descer
um ponto de ônibus antes do habitual podem ser alternativas. Exercícios de
alongamento, como o pilates por exemplo. O paciente com fibromialgia deve
sempre estar se alongando, se “esticando”, sem dar bola pra quem está a sua
volta.
- por ultimo,
paciência, muita paciência. Após o início da prática de exercícios (aqueles
cinco, dez minutos de caminhada), pode haver uma demora de até um ano para uma
resposta realmente positiva do corpo. Alguns pacientes respondem mais rápido,
outros mais lentamente. Mas não se deve desanimar A recompensa será muito
valiosa, e a qualidade de vida, muito melhor.
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