segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ANABOLIZANTES: BOA FORMA A QUALQUER CUSTO

A busca pelo corpo perfeito às vezes ultrapassa as barreiras do bom senso e do ser saudável. Muitos, na ânsia por coxas, bíceps, glúteos, abdômen, peitorais e demais “cartões de visitas” exuberantes, não medem esforços e nem recursos para atingir a tão sonhada boa forma. Boa forma esta que podemos chamar apenas de aparência, pois os danos fisiológicos são inúmeros. Recentemente, uma (pseudo)celebridade, participante de um conhecido reality show, estampou a capa de revistas, sites e outros meios de comunicação após a descoberta de um câncer no fígado. Uma frase, dita por ela, revela a origem de sua doença: “Não recomendo o uso de anabolizantes”. Tarde demais!
Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios masculinos e de crescimento que promovem aumento da massa muscular e aumentam a capacidade de absorver as proteínas. Não é  de hoje que alguns atletas usam estes esteróides com o objetivo de ganhar força, resistência e velocidade. Mas foi nos últimos 10 anos que o abuso dos anabolizantes se disseminou entre frequentadores de academias, unicamente para melhorar a aparência física. O grande perigo está no uso indiscriminado destas substâncias, podendo causar efeitos devastadores, inclusive danos irreversíveis.
O abuso destas substâncias provoca danos comportamentais (euforia, irritação, agressividade, insônia), endocrinológicos (acne, aumento dos pêlos corporais, calvície, aumento das mamas em homens e redução nas mulheres, atrofia dos testículos, impotência sexual, alterações dos níveis de glicose, irregularidade menstrual), cardiovasculares (aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos, aumento da chance de infarto e derrame), hepáticos e renais (o excesso de esteróides via oral ou injetável, será metabolizado pelo fígado e eliminado pelos rins, podendo causar alterações hepáticas, hepatite, tumores hepáticos e renais) e músculo-esqueléticos (ruptura de tendões, artropatias).
É importante lembrar que os efeitos do desenvolvimento muscular são transitórios e com o cessar do uso destes esteróides pode ocorrer o desenvolvimento de  dependência psicológica destas substâncias – a VIGOREXIA (já falei sobre Vigorexia em colunas anteriores).
Nas academias, a indicação de uso de suplementos alimentares com alto teor de proteína, creatina e aminoácidos, pode também ser prejudicial, causando sobrecarga renal. Geralmente esta indicação é feita pelo instrutor ou Personal Trainer, o que é uma prática errada. Esta função se destina ao Nutricionista. Educador Físico, mesmo aqueles que dizem ser especialistas em Nutrição Esportiva, não tem como atribuição profissional a indicação ou prescrição de suplementos, dietas ou cardápios. Dias atrás um cliente me perguntou: “Renê, você me indica algo para tomar depois do treino?” Não pensei duas vezes ao responder: “Claro, pode começar tomando um banho!”.
Outras práticas inadequadas são a realização de dietas cetogênicas (ingestão de menos de 800 kcal ao dia) com vistas à perda de peso, mas que causam desequilíbrio do metabolismo. O uso de substâncias termogênicas para supostamente aumentar o metabolismo basal e o gasto calórico é desencorajado, já que não possui nenhum embasamento científico e pelo poder de causar problemas graves cardiológicos e nutricionais. 

O que se espera das autoridades é o controle rígido da comercialização destas substâncias, combatendo a venda de medicações sem receita médica e campanhas de divulgação dos danos causados a saúde. E o que eu espero de você, é que não se deixe levar por falsas promessas ou métodos milagrosos. Cuidado com o que seu colega de academia, ou muitas vezes seu instrutor, lhe oferece. Nada substitui a prática regular e duradoura de exercícios físicos e uma alimentação balanceada. Resultados não surgem da noite pro dia. Resultados são fruto de empenho e dedicação ao longo da vida!

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